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Escola Paulo Sá realiza projeto de atendimento psicológico aos alunos

quarta-feira | 18/09/2019

Em pleno “Setembro Amarelo”, mês de prevenção ao suicídio, a Escola de Ensino Fundamental Paulo Sá, na Mangabeira, da Rede Municipal de Ensino da Prefeitura de Eusébio, vem dando exemplo ao abrigar o Projeto de Intervenção Terapêutica nas Escolas (Pinte). Iniciado há um mês, o Pinte foi idealizado pelas psicólogas Andressa Albuquerque, Rayanne Bastos e Tarciane Ferreira, que realizam o projeto de forma voluntária.

Elas realizam o atendimento clínico dos alunos todas as quartas-feiras, de 8 às 16 horas, atendendo, em média, 12 alunos, por turno. “O projeto tem dois momentos, o atendimento emergencial, através da psicologia clínica e a roda de conversa com os pais. Mas atendemos também os profissionais da escola, pois que cuida merece cuidado também,” disse Tarciane Ferreira.

Ela destaca que o atendimento aos alunos conta com a aprovação dos pais, através de um documento assinado pelos mesmos. “Os pais também participam de uma roda de conversa por mês para que possamos acompanhar o resultado do nosso trabalho junto às famílias”, revela.

A ideia segundo elas, surgiu ainda na Academia. “Na universidade já pensava em realizar um projeto social e conhecia a Rayanne, que tinha o mesmo desejo. Ela, por sua vez, conhecia a Andressa, que era de outra Faculdade, mas também tinha um projeto parecido. Juntamos nossas ideias e criamos o Projeto Pinte. Procuramos uma escola para iniciar e tínhamos duas opções; uma em Fortaleza e aqui no Paulo Sá (Mangabeira). A diretora Gabriela nos acolheu muito bem, nos deu infraestrutura e não tinha porque não escolher a Paulo Sá. Meu filho também é aluno daqui,” disse Tarciane.

A ideia das psicólogas é que o projeto chegue às outras escolas, mas por enquanto o foco é na Escola Paulo Sá, devido à grande demanda existente. Segundo a diretora da Unidade de Ensino, Gabriela Alves, o projeto já foi apresentado ao Departamento de Apoio ao Estudante (DAE), ao Setor de Inclusão e ao Conselho Tutelar, que aprovaram a iniciativa. “Eu encampei esse projeto porque vi o grande potencial. Tínhamos aqui casos graves como de cinco alunos que tentaram o suicídio e 24 que se automutilaram. Além disso, casos de abusos sexuais de pais e padrastos, já devidamente denunciados. Através da terapia, muitos alunos estão tendo coragem de enfrentar o problema e pedir ajuda”, disse.

Gabriela frisa que o trabalho é voluntário, “Garantimos uma sala para os atendimentos e a alimentação. Apesar do pouco tempo, já estamos sentindo os resultados nos alunos. Muitos vão à diretoria perguntar quando as psicólogas estarão aqui. A lista de consultas sempre é lotada. Eles precisam ser ouvidos e ouvir também,” disse Gabriela.

Ela cita dois casos graves ocorridos com alunos da Escola,  como o de uma adolescente de 14 anos que se automutilava desde os 8 anos, e a mãe não percebia e outra aluna que tentou o suicídio quatro vezes. “Os pais foram chamados à Escola, participaram de uma palestra e depois, de uma conversa reservada conosco e com as psicólogas. Mostramos a responsabilidade de cada um nesse processo de resgate da criança. Mas já nos sentimos vitoriosas, pois elas estão pedindo ajuda,” enfatizou.