A maior Paixão de Cristo do Ceará realizada na cidade de Eusébio, fez por onde merecer esse título. Mais de 14 mil pessoas (contando os dois dias) presenciaram um espetáculo de rara emoção, efeitos especiais que surpreenderam e o amadurecimento dos atores, que consolidam o município como destino preferencial para quem deseja presenciar a Vida Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, no Ceará.

O evento anual realizado pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura e Turismo, contou neste ano com mais de 600 pessoas envolvidas na execução do evento. Nos dois dias, a concentração inicial, teve a participação do diretor do espetáculo, Tarcísio da Cultura, do ex-prefeito e atual secretário Executivo da Saúde do Estado, Acilon Gonçalves, e do Prefeito Júnior, que juntos com o elenco, fizeram a oração que o senhor nos ensinou – o Pai Nosso, pedindo para que os quatro meses de intensa preparação finalmente desse bons frutos. E foi o que aconteceu para presentes nas duas noites festivas.

A Banda de Música Municipal Marta Cordeiro iniciou a apresentação acompanhada por um balé com bandeiras, seguido da apresentação de dança do grupo Pilares da Cultura ao som da música Alleluya!. Na solenidade de abertura, o prefeito Júnior, em seu pronunciamento, destacou o empenho de todos os envolvidos no evento, desde crianças, jovens, adultos e idosos tornando a encenação eusebiense a maior do Ceará.

“A emoção toma conta de todos nós, porque acompanhamos a trajetória desse grupo que iniciou esse movimento há 17 anos. Hoje vemos o compromisso de todos que participam da cultura, o amor e a dedicação que colocam em cada atividade que coordenam. Também a todos os participantes que deram tudo de si, para trazer para todos esse grande espetáculo”.

“É hora de refletirmos sobre a vida desse homem que deu sua própria vida por nós para que a paz reinasse no mundo. O legado que ele deixou foi que aprendamos a viver como irmãos e nos amemos como ele nos amou”, disse o prefeito Júnior sob os aplausos dos presentes.

O secretário Executivo de Saúde do Ceará, Acilon Gonçalves, saudou a todos e disse ser uma grande satisfação poder compartilhar com todos a Paixão de Cristo e poder vivenciar tudo aquilo que aconteceu há 2 mil anos. “É um bom momento para fazermos uma reflexão, como um ser divino nasce de uma mulher humana, vive, morre e ressuscita. E ressuscitando nos dá a ideia de que essa vida é pequenininha em comparação com a eternidade”, afirmou.

Em, seguida o secretário de Cultura e Turismo, Léo Abreu, afirmou que a Paixão de Cristo do Eusébio é a demonstração do grande talento dos artistas da terra. “Nossa história começou a 17 anos com a iniciativa do Tarcísio da Cultura e cresceu em importância com o apoio do nosso amigo Acilon Gonçalves e de nossa amiga Marta Gonçalves, que acreditaram em nós e do prefeito Júnior, nosso grande parceiro e amigo. Hoje estamos colhendo os frutos, com uma cidade cenográfica e todo apoio para que nossos artistas demonstrem o seu talento”.

O diretor do espetáculo, Tarcísio da Cultura, por sua vez, destacou o empenho dos atores e pessoal da produção que durante quatro meses, deixaram de lado o lazer e a vida social para se dedicar dia e noite a preparação do espetáculo. “Todo sacrifício agora será recompensado. Esse espetáculo foi feito com muito amor e é um presente para vocês que vieram nos prestigiar”, disse.

Após a solenidade de abertura, o espetáculo começa. Dois anjos entram a cavalo na arena Eusebelém, seguido do séquito de todos os atores, principais e coadjuvantes da encenação, numa primeira saudação ao público. Na primeira cena, Zacarias recebe o anuncio de um anjo sobre o nascimento de João Batista.

Segue a cena da Anunciação de Maria pelo Anjo Gabriel e a visita desta a Isabel, mãe de João Batista, quando é saudada com a Ave Maria. José sonha com o povo querendo apedrejar Maria e o anjo o avisa de que ela foi concebida pelo Espírito Santo. Na cena seguinte os Reis Magos vão a Herodes anunciar a chegada do Rei dos Judeus.

Como os Reis Magos não retornam, ele manda executar todas as crianças até dois anos de idade. Nesse interim Maria e José chegam a Belém, quando Jesus nasce numa manjedoura. Os anjos entoam cânticos de louvor e os Reis Magos em visitam entregam os presentes – Ouro, Incenso e Mirra.

A história dá um pulo no tempo e retorna com João Batista pregando nas margens do Rio Jordão contra os Fariseus e Herodes, o filho. Jesus é batizado.

Em seguida uma das cenas mais fortes da noite quando Jesus é tentado por Satanás no deserto. A cena contou com apoio de efeitos especiais com fogos, elevação do cenário e uma forte carga emocional, proporcionada pelos atores, que levantou o público presente.

Jesus encontra os apóstolos e realiza o milagre dos peixes no Lago Genesaré. Jesus chama Mateus, o publicano, para segui-lo contanto a parábola do filho pródigo. Dando segmento, Jesus realiza milagres, como a cura do paralítico, de um endemoniado e de uma criança. João Batista é levado ao palácio de Herodes e é preso, mas irrita Herodiádes afirmando ser ela adúltera. Esta, por sua vez, pede a filha Salomé para pedir ao pai a cabeça de João Batista.

Lázaro é ressuscitado. Jesus entra em Jerusalém no Domingo de Ramos, expulsa os vendilhões do Templo. Encontra Maria Madalena e diz, “jogue a primeira pedra aquele que não tiver pecados”. Na cena seguinte, Caifás e os fariseus planejam prender e matar Jesus. Judas aparece e se oferece para entregá-lo. Jesus lava os pés dos apóstolos, participa da Santa Ceia e entrega um pedaço de pão molhado no vinho a Judas Iscariotes e diz: “faças o que tens de fazer”.

Jesus vai ao Monte das Oliveiras e diz: “Pai, afasta de mim esse cálice”, Judas beija Jesus na face e o entrega aos guardas. Jesus é preso interrogado e levado a Pilatos e depois a Herodes. Este o manda retornar a Pilatos que lava as mãos e manda flagelá-lo. Com os pedidos do povo, Pilatos liberta Barrabás e condena Jesus a crucificação. Jesus tem o diálogo com São Dimas, o bom ladrão, no calvário. Judas se arrepende e morre na forca.

Na cena seguinte, Jesus é sepultado. Ressuscita no terceiro dia e se apresenta aos apóstolos. Tomé toca em suas chagas. O ponto alto do espetáculo acontece na Ascensão quando Jesus sobe a 15 metros e desaparece no céu, levantando novamente os espectadores. Os fogos abrilhantam a final e todos os atores concluem a encenação na arena Eusebelém, agradecendo os aplausos do público.

No final, o público de pé, aplaudiu nos dois dias de rara beleza, demonstrando a capacidade de realização e de superação. A dedicação de todos que participaram do grande evento foi recompensada mais uma vez.