A Prefeitura de Eusébio, através do Núcleo de Apoio Municipal aos Munícipes com Necessidades Especiais (Namme), realizou nesta sexta-feira (26) o 1º Encontro da Comunidade Surda do Eusébio. O evento, que foi realizado no auditório da Escola Estadual de Ensino Profissional Eusébio de Queiroz, contou com a presença das secretárias de Desenvolvimento Social, Marta Gonçalves e de Gabinete, Evalzita Frota e do vereador Tarcísio da Cultura, representando a Câmara Municipal.

O encontro teve como objetivo reunir a comunidade surda de Eusébio para um momento de reflexão e de luta contra o preconceito. A diretora do NAMME, Elieuda do Vale, em sua fala inicial, fez os agradecimentos ao prefeito Júnior e a mentora do trabalho com pessoas com necessidades especiais no Eusébio, a ex-primeira dama e hoje secretária do Desenvolvimento Social do município, Marta Gonçalves, “agradecemos a você Marta que acreditou nesse trabalho que hoje colhe frutos”, afirmou.

Representando a Câmara Municipal o vereador Tarcísio da Cultura, afirmou que esse trabalho com a APAE e posteriormente com o NAMME começou há cerca de 17 anos, visando a inclusão das pessoas com necessidades especiais na sociedade. “A maior prova que esse trabalho foi vitorioso são vocês (se dirigindo aos alunos surdos). Pois as pessoas que antes estavam na ignorância do preconceito, hoje reconhecem o potencial de vocês”.

Segundo Elieuda do Vale, através da lei 725 de 25 de junho de 1997, foi criado o NAMME, que ampliou e fortaleceu o trabalho que já vinha sendo feito pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do Eusébio. “Hoje são 153 alunos atendidos pelo NAMME e 136 pela APAE. Eles são direcionados para a inclusão, conseguindo seus espaços na sociedade, eliminando o preconceito e as possíveis barreiras que possam surgir”, asseverou.

Em seguida foi feita entrega de um quadro de honra ao mérito à secretária Marta Gonçalves, por ter sido a precursora e incentivadora do trabalho com deficientes no Eusébio e à Elieuda do Vale, por seu trabalho atual à frente do NAMME e da APAE. Marta Gonçalves agradeceu a homenagem afirmando que iniciou o trabalho com sete alunos e hoje são 136. “Hoje não seria um momento de fala, mas de colheita. Que fala poderia ser maior que o exemplo de vocês que estão aqui”, comentou.

A programação teve continuidade com a palestra do deficiente auditivo Aristides Daniel que contou através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) a sua vida desde o nascimento; as dificuldades do aprendizado, pois somente aos 14 anos teve o primeiro contato com a linguagem dos sinais. Falou ainda, sobre sua formação na faculdade como Design de Interiores, e atualmente sua vida profissional. Sua fala foi interpretada para os “ouvintes”, por sua irmã, Camila.

“Não sou uma pessoa triste, pois me comunico, estudo, viajo e interajo com as pessoas. Hoje quero fazer uma especialização e trabalhar em minha área. Mas os empresários ainda tem preconceitos, mas quero dizer que sou tão capaz quanto os que tem audição perfeita”, disse Aristides.

Em seguida, a mãe de um aluno que foi alfabetizado pela APAE, Neuda, falou da experiência dele no Instituto de Educação para Surdos de Fortaleza. “Ele foi muito elogiado pelos professores e tirou 10 em matemática. Isso nós devemos a APAE e a dona Marta (Gonçalves)”, disse. O evento foi finalizado com a apresentação do intérprete Nilton Câmara, que fez uma dinâmica envolvendo dança e libras, com os presentes.