Um retorno apoteótico, assim foi o sentimento que ficou no público que vibrou a cada cena da Paixão de Cristo de Eusébio, depois de dois anos sem ser realizada devido a pandemia. A Arena Eusebelém foi pequena para o grande público que também lotou as cadeiras colocadas no Polo de Lazer e ocupou grande parte das colocadas no Caramachão. O evento foi aberto pelo diretor do espetáculo e secretário de Cultura e Turismo de Eusébio, Tarcísio da Cultura, que destacou o evento por seu caráter democrático, “esse espetáculo não tem classe social, cor, gênero, aqui vocês vão presenciar os filhos do Eusébio e os filhos adotados de Fortaleza e Aquiraz em uma grande corrente de devoção de doação. Gostaríamos que muitas pessoas que perdemos nesses dois anos estivessem aqui presentes, mas esse será um momento único para todos nós”, disse.

O prefeito Acilon Gonçalves pontuou que depois de dois anos de pandemia, quando tivemos grandes momentos e superação desde o primeiro lockdown e a perda de familiares e amigos, essa Paixão de Cristo representa a retomada, “como bons brasileiros conseguimos superar momentos de grande aflição e agora estará sendo liberado o não uso de máscara em ambiente fechado. Essa encenação será a melhor de todas que já tivemos aqui, desde a orquestra e a doação de cada ator nessa grande encenação e esperamos a vibração de vocês, pois esse é o oxigênio que o ator precisa para se entregar ao papel. A vida, a crucificação e ressurreição de Cristo é o mote que nós temos para viver, pois dessa forma sabemos que tem algo mais que a vida que temos aqui”, disse.

E a profecia de Acilon se cumpriu, a noite foi de emoção e nem mesmo os problemas técnicos, como a falta de energia na cidade na hora do espetáculo conseguiu prejudicar a noite. A marcações, efeitos especiais, show de fogos de artifícios levantaram o público presente. A história foi contada a partir da perspectiva de Maria. A encenação é iniciada com o cântico Aleluia e participação da orquestra e coral e a entrada de todo elenco em cena, com o show de fogos de artifícios. A história começa com a anunciação do anjo à Zacarias sobre a vinda de seu filho João Batista, seguida pela Anunciação do Anjo a Maria. Depois acontecem os nascimentos de João e Jesus e a visita dos Reis Magos.

A história dá um pulo no tempo e Jesus já adulto é batizado por João Batista. O desenrolar da história mostram as curas, a entrada de Jesus em Jerusalém; a expulsão dos vendilhões do Templo;  a trama dos fariseus e saduceus; prisão e morte de João Batista; ida de Judas ao Sinédrio quando vende Jesus por 30 moedas de prata; lava pés; santa ceia; negação de Pedro; prisão de Jesus; cena com Pilatos e sem seguida com Herodes; flagelação; caminhada para o calvário; crucificação; descida da cruz; morte de Judas; Ressurreição; Pentecostes e Ascenção aos céus.

Tarcísio da Cultura, no final do espetáculo, afirmou ter sido surpreendente esse primeiro dia, pois foram apenas dois meses e uma semana de ensaios. “Além disso tivemos o aumento do número de participantes e a montagem de tudo isso que estamos vendo, mas Deus foi tão bom que liberaram a presença da plateia as coisas aconteceram, o trabalho valoroso de toda administração e acabou não chovendo. Tem acontecido muitas coisas positivas que nos deixam felizes, quero agradecer o público que veio e que lotou a arena e o Polo de Lazer. Também me surpreendeu a dedicação dos jovens, idosos e pessoas do NAMME e o apoio de todas as secretaria, pois hoje esse evento não é só da Cultura, mas de toda a administração do Eusébio”, disse.

O interprete de Jesus, o ator Jonethan Fontenele falou no final da encenação que ficou surpreso com a lotação da arena e com o calor repassado pela plateia aos atores, “ver as palmas, as pessoas encantadas e emocionadas, foi surreal. Todos os atores estão muito felizes e totalmente realizados em ter conseguido tocar as pessoas. Eu já tinha participando em outro projeto no papel de Jesus. Interpretá-lo é um aprendizado, e cada espetáculo é diferente e aprendemos algo mais”, disse.

Daiana Alcântara que representou Herodiase  é atriz e participa da produção do figurino junto com Adalberto Silva. “Esse ano foi muita emoção, talvez porque estávamos há dois anos sem realizá-lo, Mas foi algo único, forte. Os atores estavam inteiros em cenas, muitos nunca tinham atuado e se entregaram ao papel. Eu me senti emocionada em vê-los atuando e também participando desse momento,” frisou.

Tayanne Silva, que interpretou Salomé, é aluna do curso de Dança do Ventre do NAEC e já havia participado como bailarina de Herodes em 2012. Afirmou que mesmo nervosa e ansiosa buscou dar o melhor de si, “eu aceitei o desafio encarei como uma nova proposta e hoje mesmo nervosa e ansiosa estou feliz de ter conseguido cumprir o meu papel“, ressaltou.

Silvia Maia, que mudou-se para o Eusébio há 20 dias disse que gostou muito porque não viu apenas uma peça teatral, mas muito amor envolvido, “eu vi muita dedicação e eu gostei bastante, fiquei muito emocionada e amanhã estarei aqui novamente, porque realmente vi muita dedicação de todas essas pessoas para reviver esse momento, e para mim Cristo vive em nosso coração e é muito bom lembrar por tudo que ele passou por nós”, destacou

Já Edson Maia, morador de Fortaleza, assistiu ao espetáculo no Polo de Lazer, e disse que superou suas expectativas, “olha achei uma superprodução, bem produzido, bem feito e realmente lá de fora parecia algo assim tipo Nova Jerusalém. Não deixou nada a desejar”, comentou. Outro morador de Fortaleza, Júlio Maciel destacou a presença de uma orquestra tocando ao vivo durante todo o espetáculo, “quero parabenizar a produção e a Prefeitura por esse grande espetáculo”, disse.

E hoje sexta-feira (15) teremos o segundo dia de encenação da Paixão de Cristo. Chegue cedo para garantir seu lugar! O espetáculo começa às 19 horas.