A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Eusébio teve no mês de abril um aumento de 400% nos atendimentos diários, decorrentes do surgimento de muitas viroses que há tempos não ocorriam no Ceará, como caxumba, rubéola, sarampo e meningite, além de gripes e problemas respiratórios. O fato é que a grande maioria desses pacientes, que deveria procurar os postos de saúde do município, acaba se deslocando para a UPA, causando superlotação da unidade e prejudicando o atendimento do público alvo do equipamento, que são os pacientes de urgência e emergência.

A constatação é do diretor da unidade de saúde, Dr. Jenner Castelo Branco Mourão. Ele destaca que a definição do caso de emergência é quando a pessoa corre risco imediato ou potencial de morte. “Esse paciente tem a prioridade máxima. Os demais casos não fazem parte do objetivo da unidade”.

O Prefeito Júnior pede a colaboração da população para que procure os postos de saúde para os casos não urgentes para evitar que os pacientes que realmente necessitam da UPA sejam prejudicados. “Nossos postos tem amplas condições, equipamentos e pessoal treinado para atender os pacientes sem urgência médica”, assevera.

Jenner Mourão observa que o paciente que chega à UPA passa por um acolhimento no setor de enfermagem e recebe uma pulseira classificando o grau de risco do mesmo. “Esse procedimento tem por base o protocolo nacional ‘Humaniza SUS’ que gradua em quatro cores o grau de urgência e emergência dos pacientes. Os mais graves, que têm risco de vida imediato, não entram em fila e não esperam o atendimento, recebem a pulseira vermelha”, frisa.

“Os que estão com potencial risco de vida recebem a pulseira amarela e são os segundos a serem chamados. Os pacientes não urgentes recebem duas graduações, a pulseira verde é para casos sem urgência e o azul para os casos sem nenhuma urgência. Os pacientes verdes só são atendidos quando todos os vermelhos e amarelos são atendidos. Já os azuis somente após os verdes, de forma intercalada”, explica o diretor da UPA.Ele afirma que a superlotação está deixando impraticável a manutenção da mesma condição de atendimento a todos. Destaca que há casos de pacientes que procuram a UPA em busca de atestado médico por ter faltado ao trabalho e os que querem mostrar um exame solicitado por médico do posto de saúde. “Há casos em que pacientes chegam a agredir fisicamente os profissionais por acharem que seu caso é de urgência. Por isso é necessária um amplo esclarecimento sobre o papel da UPA do Eusébio”, frisou.

O médico cita casos que devem ser encaminhados para a UPA, são eles: pessoas com dengue C ou D e que tenham sinais de alerta, como desmaio, sensação de desmaio, sangramento, dor abdominal intensa, tontura persistente, náuseas persistentes, pessoas que não melhorarem após receberem orientação nos postos de saúde. Também cita as que estejam com falta de ar, alergia ou inchaço, suspeita de pneumonia, doenças infecciosas, apendicite, suspeita de meningite, sinusite complicada, pessoas com fraturas, por queda ou trauma, acidentes com moto ou carro e as vitimas de perfuração à bala ou a faca.

Os pacientes graves recebem o atendimento primário e são estabilizados e quando o caso não é resolvido na UPA eles aguardam a regulação para serem encaminhados para um hospital de emergência. A UPA não faz grandes cirurgias, só pequenas cirurgias e suturas. A Unidade realiza, ainda, exames de raios-X e laboratoriais 24 horas, somente para pacientes da UPA. A Unidade também não faz internação.

Por conta do grande numero de pacientes a direção da UPA avisa que só permitirá a entrada de acompanhantes para pacientes acima de 60 anos, ou abaixo de 18 anos, ou para pessoas com dificuldade de locomoção. “Que elas sigam as orientações da equipe de enfermagem, para que as pessoas sejam atendidas logo”, aconselhou, destacando que os acompanhantes serão identificados por uma pulseira cinza.

A UPA conta com os seguintes profissionais por cada 12 horas de plantão: dois clínicos (mais um atualmente devido a demanda de pacientes), um pediatra, um médico chefe para grandes urgências e emergências, quatro enfermeiros, sete auxiliares de enfermagem, dois porteiros, um controlador de fluxo , um maqueiro, dois auxiliares de serviço geral, um copeiro, dois guardas, quatro diretores, três auxiliares administrativo e um auxiliar de farmácia.