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Oficina de Música do Caps resgata pacientes no Eusébio

quarta-feira | 03/09/2014

A Prefeitura Municipal de Eusébio, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs-Geral), realiza um trabalho de resgate de pacientes com transtornos mentais com a utilização da música. São três oficinas que têm conseguido devolver a confiança e a autoestima aos usuários, são elas: a de coral, a de percussão e a de banda musical. Segundo a coordenadora do CAPs-Geral, Imaculada Mendonça, o trabalho com música foi iniciado em 2009 e desde então já levou seis pacientes a cura das doenças mentais que eram acometidos.

“Pela música descobrimos habilidades nos pacientes que ficam muitas vezes obscurecidas pelo adoecimento. Essa descoberta faz com que o usuário se aproprie da própria vida e possa se autogerir. É uma forma de resgate. Muitos que passaram por nossas oficinas, hoje levam uma vida normal e controlada e outros, mesmo sem a alta médica, tem uma vida mais feliz”, afirma Imaculada.

O trabalho com música foi iniciado com o percussionista Sandro Freitas, que trabalhava no setor burocrático do CAPs e lançou a idéia de se trabalhar com música como uma forma de terapia com os pacientes, dando início a oficina de percussão. “Foi dessa oficina que começaram a aparecer os talentos que deram origem a Banda Forró 100 Preconceito. Ao iniciamos a Banda fizemos uma oficina com os interessados que escolheram como repertório o forró pé de serra, respeitando a formação tradicional com Zabumba, Triângulo e Sanfona”, observa.

Nesse período então se engajou no trabalho o sanfoneiro Eudes que é o outro profissional do grupo musical. A Banda já lançou seu primeiro CD, um tributo a Luiz Gonzaga, o Rei Do Baião e já prepara o segundo que prestará uma homenagem ao músico pernambucano Dominguinhos. Segundo Imaculada, como a Banda é na verdade uma oficina terapêutica, ela não cobra cachê nas suas apresentações. “A meta é que após a alta médica eles possam montar suas próprias bandas e exercerem seus talentos profissionalmente”

A Banda 100 Preconceito tem hoje a seguinte formação: Sandro Freitas (coordenador), no triângulo; Eudes (acordeon); Raimundo Nonato (triângulo); Océlio Baltazar (vocal); Drielly Abreu e Sabrina (back vocais), Vicente de Paula (percussão); Cícero (Zabumba) e Luís Henrique (auxiliar de produção). Segundo Imaculada, o vocalista Océlio Baltazar, há cinco anos na banda, foi um dos usuários que recebeu alta médica. Ele, hoje, é dono de seu próprio negócio, como comerciante. Já o zabumbeiro Cícero, recebeu convite para participar da fanfarra do Naec, por sua competência com o instrumento. “Hoje estamos abrindo espaços para as mulheres também participarem e mostrarem seus talentos e quem sabe formarem sua própria banda”, asseverou.

Para o Prefeito Júnior, a musicoterapia faz com que o indivíduo expresse suas ansiedades, tensões, desejos e alegrias. “Ele entra em contato direto com as emoções e sentimentos que, muitas vezes, estão bloqueados pela inibição, pelo estresse, pela falta de estímulo. A música possibilita o despertar e o desenvolvimento do potencial criativo do indivíduo, impulsionando transformações que levam à modificação de padrões, resgatando o fluxo vital e a saúde”, observa.

O secretário de Saúde de Eusébio, Mário Lúcio, destaca que esse trabalho tem também um intuito preventivo, pois visa "esvaziar" e canalizar as energias de tensão e ansiedade, impedindo que estas se acumulem no indivíduo e tenham como conseqüência, bloqueios psicossomáticos que geram o estresse e a depressão. “A música por si só é relaxante e gera um bom humor que traz vitalidade e bem estar”, destaca o secretário.